Cinco fatos sobre a candidíase
O que é?
Candidíase é a infecção causado pelo fungo Candida e é uma das queixas mais comuns por parte das mulheres. Depois da vaginose bacteriana a candidíase é a infecção vaginal mais frequente e tem sido observado um aumento gradativo nos últimos anos.
É preciso lembrar que esse fungo faz parte da flora normal da vagina e está presente também no trato intestinal e na cavidade oral. A cavidade vaginal é colonizada não só pelos fungos, mas também por diversas espécies de bactérias que vivem em harmonia e mantendo os mecanismos de defesa adequados para se evitar infecções. Por diversos motivos ocorre um desequilíbrio nesta flora e a candida se sobrepõe aos outros germes.
A candidíase vulvo-vaginal é muito mais frequente na idade reprodutiva (15 – 49 anos) sendo rara em crianças e na pós-menopausa, isto por que ela exige níveis altos de estrogênio. Cerca de 10 - 20% das grávidas apresentam a doença.
Esporos de candida |
A candidíase é sexualmente transmissível?
Embora a candidíase vaginal esteja relacionada de alguma forma à atividade sexual ela não é considerada sexualmente transmissível e geralmente o parceiro não precisa ser tratado, a não ser sintomaticamente.
Quais são os sinais e sintomas?
São típicos: coceira, ardor, vermelhidão da vulva, fissuras, dor ao urinar e na relação sexual e corrimento esbranquiçado, às vezes se parecendo com nata de leite.
O que pode causar a candidíase?
Fatores predisponentes
Uso de antibióticos– os antibióticos podem levar à destruição da flora vaginal normal, possibilitando o crescimento da Candida. É muito comum verificarmos uma mulher que foi tratada de infecção urinária ou sinusite, por exemplo, apresentarem os sintomas da candidíase dias ou semanas depois.
Diabetes – leva a alterações metabólicas que podem favorecer o crescimento dos fungos.
Vestuários – o uso de roupas justas, tecidos sintéticos e jeans pode dificultar a transpiração, aumentar o calor e umidade local e favorecer a multiplicação dos fungos além de promover a recorrência da candidíase. Dificilmente se conseguirá uma resposta satisfatória ao tratamento da candidíase crônica sem a mudança de hábitos de vestuário.
Corticoides – diminuem a resistência e assim facilitam o aparecimento da candidíase e outras infecções.
Anticoncepcionais– hoje em dia as pílulas são de dose baixa e têm pouca influência no aparecimento da candidíase.
Hábitos sexuais – o excesso de relações sexuais pode favorecer o surgimento da candidíase, seja por trauma, seja pela ação de componentes do sêmen do parceiro. A falta de lubrificação também favorece a candidíase.
Gravidez – devido aos altos níveis hormonais ocorre uma predisposição à candidíase.
HIV positivo – causa diminuição da imunidade e predisposição acentuada à candidíase, inclusive em outros órgãos.
Hábitos alimentares– a dieta chamada de ocidental é baseada em muitos condimentos, aditivos, açucares, massas - entre outros alimentos - que são acusados de favorecerem a candidíase e outras doenças. Por outro lado, óleo de coco, alho, canela, gengibre e cravo-da-índia são considerados antifúngicos.
Distúrbios emocionais- a depressão e o estresse são fatores que podem baixar a imunidade e predispor à candidíase.
Por que ocorre a Candidíase recorrente ou crônica?
Atingindo de 5 a 10% das mulheres, causa muito incômodo e desconforto entre essas mulheres. Só é considerado recorrente quando ocorre pelo menos três episódios no período de um ano.
As causas mais aceitas são o aumento de cepas mais resistentes de Candida (Glabratta, Tropicallis) ao invés da Candida albicans, que é mais sensível aos tratamentos convencionais. Também hábitos de vestuário, uso exagerado de antibióticos, dieta e fatores alérgicos são considerados como causa da recorrência da candidíase.
Enfim, na candidíase crônica a mulher deve fazer uma reflexão sobre sua parte emocional, hábitos alimentares, vestuário, hábitos sexuais e de higiene, senão ficará sujeita a apenas tratar com antifúngicos repetidamente, sem que consiga uma cura efetiva.
Palavras-chave: candidíase, candida, fungo, flora vaginal, antibióticos, candidíase recorrente.
Prof. Antônio Aleixo Neto
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