Alguns fatos sobre inserção do DIU

O dispositivo intrauterino, tanto de cobre quanto hormonal, é considerado um dos contraceptivos mais seguros, eficazes e práticos, existentes na atualidade. A eficácia do DIU é sempre superior a 99% e não depende da ação da usuária. É prático: uma vez inserido bastam revisões dentro de 40 dias, seis meses e um ano. Posteriormente somente revisões anuais. É de longa duração: no mínimo cinco anos e pode ser usado por qualquer mulher que não tenha contraindicações. Devido a estes e outros fatores o DIU tem sido cada vez mais procurado pelas mulheres, sendo hoje o método contraceptivo reversível mais usado em todo o mundo.


A inserção de um DIU ou endoceptivo, aparentemente simples, exige um profissional experiente e treinado e a observância de todos os cuidados necessários para tornar menor o risco de perfuração uterina, expulsões, sangramentos, cólicas e que permita um perfeito posicionamento do dispositivo dentro da cavidade uterina.

Qual o melhor época para se colocar um DIU?

O dispositivo intrauterino pode ser inserido em qualquer momento do ciclo desde que se tenha certeza que a mulher não esteja grávida.

Exemplos:

            Uma mulher está amamentando há três meses e sem menstruar precisa esperar menstruar para colocar o DIU?

            Não. Basta fazer o exame de sangue do Beta HCG para confirmar que não está grávida.

          Uma mulher está em uso da injeção trimestral e sem menstruar. Mesma conduta; fazer Beta HCG e inserir se for negativo.

Outras épocas interessantes para inserção do DIU:

1.            Após um abortamento espontâneo, logo após a curetagem.
2.            Cerca de 40 dias após o parto (em nossa opinião a melhor época)
No entanto, a inserção do DIU no período menstrual é importante nos casos em que o colo uterino está muito estreitado, como é o caso das nuligestas (mulheres sem filhos) e naquelas que estão na pré-menopausa, entre outros fatos, por que na menstruação ocorre uma dilatação do colo uterino.





A inserção do DIU incomoda?

Nas mulheres que já têm filhos e são mais jovens incomoda pouco, bastando um analgésico antes da inserção. Naquelas que tiveram cesarianas, tiveram filhos há muito tempo, que estejam na pré-menopausa ou que nunca tiveram filhos o incômodo pode ser maior, muitas vezes exigindo anestesia local e às vezes mesmo uso de analgesia, para maior conforto e segurança da paciente. É importante observar que resistência e movimentos bruscos da paciente, no momento da inserção, são fatores que podem prejudicar o perfeito posicionando do DIU dentro do útero.



Complicações da inserção

Reflexo vagal

Cerca de 10% das pacientes sentem níveis moderados ou agudos de dor. São as reações vasovagais – tais como suor, vômito ou desmaios breves.
Ocorre principalmente em nuligestas e canais cervicais mais fechados. Pode ser prevenido ou minimizado, com o uso de analgésicos antes da inserção e anestesia local ou mesmo sedação.

Perfuração uterina

Pode ocorrer em aproximadamente 1/1000 inserções. A experiência, a boa técnica de inserção, o uso de histerômetros descartáveis, pode diminuir esta possibilidade. As usuárias com fios perdidos ou não visíveis devem ser avaliadas por ecografia para se afastar esta possibilidade.

Dr. Antônio Aleixo Neto

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