O que você sabe sobre a Clamídia?
Talvez você nunca tenha ouvido falar, mas a Chlamydia tracomatis é a causadora da doença sexualmente transmissível (DST) de origem bacteriana mais comum. Lembremos que a DST mais comum de todas, o HPV, é um vírus e não uma bactéria. Cerca de 90 milhões de novos casos de infecção por clamídia são diagnosticados em todo o mundo, por ano. Nos Estados Unidos são estimados cerca de três milhões de novos casos por ano. No Brasil não temos dados desta envergadura, mas um estudo do Ministério da Saúde mostrou uma prevalência de infecção ativa de 9% entre as mulheres e de 13% entre os homens. Ou seja, aproximadamente 1 em cada 10 pessoas está contaminada, no Brasil. Esta prevalência é maior entre 15 e 24 anos.
Como é transmitida a clamídia?
Apenas de duas formas:
· Através de relações sexuais
· Para o recém-nascido de mães infectadas (por isto se coloca aquele colírio no recém-nascido, para evitar lesões oculares causadas pela clamídia.)
Quais são os sintomas?
A infecção pela Clamídia é chamada de “epidemia silenciosa”, uma vez que os sintomas não são muito claros.
Nos homens, pode ocorrer uma secreção uretral, coceira e dor ao urinar.
Nas mulheres, pode ocorrer um corrimento mucoide inespecífico, discreto dolorimento ao urinar e sangramento durante ou após a relação sexual. Muitas vezes os sintomas se confundem com candidíase ou infecção urinária. O período de incubação após o contato sexual é de 2-3 semanas. No entanto, muitas mulheres não têm sintomas na fase aguda e poderão ter sequelas no futuro, tais como Doença Inflamatória Pélvica, que é a maior causa de infertilidade, gravidez ectópica e dores pélvicas crônicas. A grávida infectada tem um risco aumentado de parto prematuro.
Obstrução das trompas com aderências
O tratamento é fácil, mas o diagnóstico é difícil. Se o médico não pensar na possibilidade de clamídia, ele não diagnosticará. O exame mais eficaz é o do DNA de células da bactéria conseguidas através de coleta de secreção uretral ou do jato urinário (PCR em tempo real que tem alta sensibilidade e especificidade para infecção ativa). No entanto, é um exame relativamente caro e nem todos planos de saúde o cobrem. Existem também testes rápidos efetuados no próprio consultório, com muito bons resultados, mas os planos de saúde não pagam por ele. No SUS, nem pensar!
Devido a estes problemas muitas vezes é instituído um tratamento empírico, uma vez que ele é eficaz e barato.
Palavras-chave: clamídia, chlamydia, DST, doença infamatória pélvica.
Prof. Dr. Antônio Aleixo Neto
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