Câncer do colo do útero: qual sua importância na vida das mulheres?

Sua importância sobrevém principalmente da sua ainda alta incidência (número de novos casos/ano) na população feminina: cerca de 20 mil novos casos por ano no Brasil. Isto significa um risco estimado de 20 casos a cada 100 mil mulheres.

Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o segundo mais comum no Brasil, atrás apenas do câncer de mama, que incide em cerca de 50 mil mulheres por ano.

Sabe-se que para o surgimento do câncer do colo do útero a condição necessária é a presença de infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV). Aproximadamente todos os casos do câncer do colo do útero são causados por um dos tipos de alto risco do HPV. Destes os mais comuns são o HPV16 e o HPV18. Outros fatores que contribuem para a etiologia deste tumor são o tabagismo, baixa ingestão de vitaminas, imunodeficiência, multiplicidade de parceiros sexuais e iniciação sexual precoce.

O HPV é transmitido durante a relação sexual e por este e outros motivos o sexo seguro, com o uso do preservativo masculino ou feminino é sempre recomendado. Hoje também já estão disponíveis as vacinas bivalentes ou quadrivalentes contra o HPV. Elas devem ser aplicadas, de preferência, antes que a menina tenha a primeira relação sexual. Embora elas ainda não estejam disponíveis na rede pública, recomenda-se fortemente sua utilização, visando um benefício futuro.

No entanto, não há motivo para pânico quando muitas mulheres ficam sabendo serem portadoras do vírus. Existem dezenas de tipos de HPV e só alguns são de alto risco. Alguns só causam apenas pequenas verrugas na pele e outros o Condiloma Acuminado, popularmente conhecido como “crista de galo”, que ocorre nas regiões genitais ou anais de homens e mulheres. Este é uma doença venérea antiga, desagradável, anti-higiênica e muito contagiosa, porém não leva ao câncer.

O exame rotineiro das mulheres pode leva-las ao diagnóstico de lesões precursoras causadas pelo HPV, chamadas muitas vezes de “manchas” no colo do útero. Na presença destas lesões e ajudado pelo exame de Papanicolaou (citologia), pela colposcopia (exame ótico para aumento da visualização das lesões), pelo exame anátomo-patológico da lesões retiradas por biópias e eventualmente pelo exame do DNA de células (captura híbrida), o médico tem condições de atuar de várias formas, prevenindo uma possível evolução para o câncer do colo do útero.

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